quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Perfil do consumo de álcool

Entrevistei em dezembro o Dr. José Mauro Brás de Lima, neurologista, professor da UFRJ, presidente honorário da Sociedade Brasileira de Alcoologia (SBA) e membro da Sociedade Francesa de Alcoologia. Ele me explicou diversas coisas interessantes sobre os efeitos do álcool e vou soltando isso por aqui aos poucos.

Ele comentou que há um perfil padrão de consumo de álcool em todas as sociedades. Cerca de 10% da população é abstêmia, ou seja, não bebe absolutamente nada. Incluem-se aí crianças, alguns religiosos e qualquer um que não bebe por qualquer motivo. No extremo oposto, existem os 10% que são quimicamente dependentes do álcool. A maior parte da população (60%) faz um uso consciente das bebidas, seja para relaxar, animar uma conversa com os amigos, ou diminuir a resistência daquela gostosa da festa. Os 20% restantes são aqueles que abusam do álcool. Provavelmente usam com o mesmo objetivo que os 60% já citados, mas perdem a linha e transam com quem não devem, dirigem bêbados, saem carregados de festas, brigam em boates, batem nas esposas, vomitam ou não fazem nada disso, mas passam do ponto em que pode ser considerado só uso.


E você? Em qual se encaixa?

Adendo
Devido às questões levantadas pelo Caio nos comentários, resolvi pesquisar mais um pouquinho e fazer esse adendo com os números que obtive através de uma pesquisa rápida no site português Sapo.

- A revista médica britânica The Lancet publicou em junho de 2009 que uma em cada 10 pessoas na Europa morre por consumo de álcool, enquanto a nível mundial é uma a cada 25.

- Estima-se que o consumo excessivo de álcool ocorra em 10% das mulheres e 20% dos homens. Respectivamente em 5 e 10% desses indivíduos verifica-se sintomas de dependência. Esses dados eu não sei se são mundiais, referentes à Europa ou só a Portugal, mas são significativos.

4 comentários:

  1. conheci um italiano que disse que no país dele não existem alcoólatras..

    disse também que crianças de 8 anos já bebem vinho durante as refeições..

    será que o padrão vale mesmo para todas as sociedades??

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  2. não sei até que ponto isso é representativo.. eu acredito que o consumo de alcoól deva ser bem diferente no Brasil, na Itália e no interior da Tailândia, por exemplo. achei bem razoável o gráfico, acho que só não gostei de "em todas as sociedades".

    ele tem 29 anos, e falou que lá não se vê ninguém enchendo a cara a ponto de vomitar, por exemplo.. e pelo que eu entendo, a fatia da população que bebe lá (e em outros países da Europa) é muito maior, pois beber vinho faz parte da cultura desses lugares e, como eu falei, em muitos lugares isso vem desde a infância..

    seria interessante entrevistar ele de novo pra saber as diferenças entre os países.. e pra saber como ele calculou esse padrão

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  3. eu também achei um absurdo quando ele disse que não existia nenhum alcóolatra.. é óbvio que existe.. mas como todo mundo lá bebe e quase ninguém exagera, deve ser até difícil classificá-los..

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  4. Pronto, Caio. Fiz um pequeno adendo na matéria, pq concordei com as suas questões e fui consultar o oráculo do google.

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