sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Diálogos de Maryann Forrester

(Post com spoiller) Como vocês bem sabem, viciei em True Blood. Na segunda temporada, os habitantes de Bon Temps se vêem afetados pela presença de uma mênade na cidade. Festas em que as pessoas são tomadas pelo espírito dionisíaco acontecem a todo momento. Claro que eles abusam nos efeitos especiais e exageram em algumas coisas com as quais eu não concordo, mas ainda acho que tem muito da filosofia e do espírito dionisíaco ali. Vejamos alguns ensinamentos da bacante Maryann Forrester.

Maryann confronta a Sra. Thonrton, mãe da Tara, que havia negado ajuda à filha quando esta estava desesperada e na cadeia. Quando a mãe era alcoólatra, Tara sempre a ajudava, mas agora que se converteu a Jesus, ela resolveu não fazer o mesmo.
- Exatamente como pensei. Vazia. Nada por dentro. É sempre algo lá fora que leva toda a culpa ou todo o crédito. Ou Jesus ou Jeannette.

Falando sobre uma pintura que havia próximo a sua piscina.
- Estonteante, não é? É o deus Pan e sua amante humana. Ela poderia ser qualquer uma de nós, não é verdade? Os gregos sabiam que há um frágil véu entre nós e o divino. Eles não viam os deuses como sendo inacessíveis, como todo mundo os vê hoje.


Se despedindo da Tara.
- Vá, prospere e nunca se negue nada, OK?

Daphne falando para o Sam sobre a Maryann.
- Ela é Deus, bobão. Bem, ela é o mais próximo de Deus que conseguiremos. A chamam de muitas coisas. Kali, Lilith, Isis, Gaia. Mas o que ela é mesmo é uma mênade. De acordo com os gregos, as mênades eram as criadas de Dionísio. Mas eram muito mais que isso.
- O deus do vinho?
- Mas sabe do que mais chamam ele? O deus chifrudo. Lembra alguma coisa?
- Satã?
- Dionísio, Satã. Na verdade, é só uma forma de energia. Energia selvagem, como luxúria, ira, excesso, violência... Basicamente, todas as coisas divertidas. Mariann leva isso às pessoas. Canaliza, controla. Ela é imortal, Sam. Sempre esteve aqui. Não há razão de enfrentá-la. Nunca vencerá.


Maryann conversando com Tara e Eggs sobre eles terem apagado na noite anterior.
- Eu nunca vou entender isso. Por que ter vergonha de prazer e diversão? Por que ter vergonha de se soltar?
- Por que eu nunca estive tão fora de controle.
- O controle é só uma gaiola que essa cultura estúpida usa para prender quem realmente somos. Nós precisamos sair do controle.
- Mas precisa haver algum controle, ou tudo vira um caos.
- Parece bom. Todos gostam de um pouco de caos, só não admitem.
- Eu não quero ficar apagando.
- É isso que você acha que é? Por que eu tenho uma teoria sobre apagar. Talvez você vá para um estado de consciência mais elevado.
- Estamos todos pirados. Não tem nada de alto nisso, exceto o fato de que devíamos estar chapados. Minha mãe ficava meses apagada direto. Sou especialista.
- É mesmo?
- Certificada.
- E quanto aos santos da Índia? A mística de todas as religiões? Eles apagavam. Corriam e dançavam pelas ruas, levitavam, agiam como macacos, corriam por aí pelados. Todos achavam que eles eram loucos.
- Eles eram loucos.
- Não, Tara. Eram extáticos. Toda aquela besteira de falsa civilização desapareceu, para que se dissolvessem no infinito, para poderem se perder e unirem-se com seu deus. (...) Olhem pra vocês. Alguns inchaços e machucados... É um preço pequeno a se pagar pela felicidade. Alguém quer bloody mary?

A rainha vampira, Sophie Ann, fala sobre as mênades.
- Pense assim. Você é uma jovem e selvagem garota que se casou com algum idiota que te trata como propriedade e ainda está trepando com um garoto de 14 anos. E então vem essa religião, que a encoraja a ficar bêbada, correr pelada pela floresta, transar com quem ou o que quiser, e faz tudo parte de ficar mais próxima de deus. Então está transando com todos na lama, por que não matar algo e comer cru? Então você é super devoto, não há nada que você não possa fazer. E cada vez que você faz, fica mais próximo do divino. Nunca desafie o poder da fé cega. Manifesta-se de formas que desafiam as leis da física, ou quebram-nas inteiramente.

Sookie contando pro Lafayette como era dentro da cabeça da Tara enquanto ela estava possuída pelo êxtase dionisíaco.
- Era como se não houvesse limites. Como se qualquer coisa pudesse acontecer e provavelmente irá. E você sente seus interiores se expandindo, mas também tem um esvaziamento de tudo de bom que existe em você, e você não quer que isso pare. Nunca.
- Cacete, isso parece bom.


E, pra terminar, alguns nomes que Maryann usou apara evocar Dionísio.
- Oh, Dionísio! Baco! Brômio! Eleutério! Dendrites!



Agora dêem um jeito de assistir à série e aprendam como devem ser as festas (e a vida).
Evoé!

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