terça-feira, 10 de agosto de 2010

Cerimônias Sexuais

Raul Seixas tinha entre seus autores de cabeceira Aleister Crowler, a Besta! Crowler foi expulso da Itália, mas continuou sua pregação na Europa e fez seguidores no mundo inteiro...

A matéria a seguir foi retirada da Abusada nº 52. O google disse que o cara se chama Aleister Crowley, mas eu mantive do jeito que tá na revista. Ilustrei o artigo com cenas do filme De Olhos Bem Fechados por motivos óbvios.

Raul cantou inspirado no mago: Faça o que tu queres, pois é tudo da Lei! Reivindicava o direito ao próprio corpo: pensar o que quiser; amar a quem quiser; viver como quiser...


A cerimônia dos seguidores do mago era de caráter sexual. O altar era o ventre de uma mulher (por não existir nada mais sagrado!). A cerimônia terminava em orgia, como os cultos dos deuses gregos e romanos Dioniso e Baco. Para muitas culturas, o sexo é o que mais aproxima o homem do seu criador. O ritual preparava os iniciados para o prazer sexual com incensos, afrodisíacos, e muita motivação: a exposição de homens e mulheres nuas.

Em 1934, um jornalista se infiltrou num desses rituais para depois relatar o que viu. As paredes do santuário eram cobertas por mantos negros. No chão havia tapetes macios e muitas almofadas. Grandes defumadores deixavam o ar adocicado. A iluminação era propositadamente fraca. No altar se destacavam duas imagens: a de um jovem nu, alado, representando um anjo, e uma escultura de ferro, provavelmente uma imagem de Cristo.

Atrás do altar, dentro de uma gaiola, havia uma bela mulher-aranha, vestida de negro. Em torno dela, 12 mulheres loiras usando batas escarlates. Depois de algumas evoluções entrou em cena o sumo sacerdote. Sua vestimenta era púrpura com desenhos de caveiras. Com uma criz presa em cada pé, dizia esmagar os inimigos de Lúcifer.

Depois da pregação, sacou hóstias brancas e as ofereceu aos convidados; e hóstias negras destinadas às suas assistentes e à mulher-aranha. Depois de ingerir suas hóstias, as mulheres ficaram peladas. Uma máquina de fumaça dava um clima especial ao strip-tease. No meio da fumaça, o anjo nu ganhou vida para proclamar que o homem deve amar sem comedimento e sem distinção de sexo, pois o prazer sexual o aproximaria de Deus. O sumo sacerdote ordenou que todos se amassem livremente. Os instintos se saciaram de todas as formas e muitos homens sodomizavam uns aos outros.

Este relato dos anos 30 ganhou a companhia de outro, em 1969. Dessa vez, a cerimônia foi flagrada numa mansão, regada a champanhe e caviar. O ambiente luxirioso era pouco iluminado. Havia muitas almofadas pelo chão. Clima aconchegante. Sobre uma mesa forrada de veludo vermelho havia uma mulher completamente nua. Atrás da mesa havia uma grande gravura de Lúcifer, com o pau duro como um Príapo. Perfumes inebriantes e incensos davam um toque sedutor. O sacerdote orava em latim enquanto percorria com os dedos o corpo da mulher, especialmente a boceta. Terminou o ritual enfiando uma hóstia na boceta da mulher e derramando o conteúdo de um cálice sobre o corpo feminino para depois lambê-lo. Feito isso, convidou todos os presentes a se amarem sem restrições.

Os seguidores de Aleister Crowler usavam símbolos fálicos, como o círculo e a espada, nos seus cultos eróticos, voltados para o êxtase sexual. Não temos notícias de cultos assim no Brasil e não consta que Raul Seixas tenha participado deles.

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