terça-feira, 11 de maio de 2010

Aulos

Apesar de o instrumento oficial de Dionísio ser o tambor, ele não é o único. Acabei de descobrir (aprender) que há outro: o aulos. Duvidei da veracidade disso no começo, porque nunca tinha visto nada sobre tal instrumento. Entretanto, inúmeros são os sites com imagens (que podem ser falsas, eu sei) que falam do aulos. Deve ter sido só ignorância minha.

Um sátiro tocando o aulos na presença de Dionísio.
Vejam o que o oráculo diz sobre ele...

O aulos (em grego: αυλός, plural αυλόι, auloi - em latim: tibia) era um instrumento musical de sopro da antiga Grécia. Diferentes instrumentos eram chamados de aulos, incluindo um que era constituído de um tubo simples (monaulos), tocado como as flautas doces, outro também de tubo simples, mas tocado horizontalmente como a flauta transversal moderna, chamado de plagiaulos, outro com dois tubos separados, o diaulos, e por fim o tipo mais corrente, de tubo simples mas com palheta, que podia ser dupla ou simples.

Embora tocado por alguns aristocratas, geralmente era um instrumento usado apenas por músicos profissionais, muitos deles escravos. Era um dos mais típicos instrumentos da Grécia antiga, estando presente em uma variedade de momentos: em sacrifícios, nas representações teatrais, nos jogos e nos cultos, sendo especialmente associado a Dionísio.

Sátiro toca o aulos, mas a bacante
olha para outro lugar
A origem do aulos, segundo a mitologia, se deve a Mársias, o sátiro, que ou o teria inventado ou teria encontrado um exemplar rejeitado por Atena, pois tocá-lo fazia suas bochechas incharem. Seja como for, Mársias adquiriu tal domínio sobre o instrumento que desafiou Apolo para um concurso de música, no qual aquele que se saísse vencedor poderia fazer do oponente o que quisesse. Como era de esperar, Apolo, o deus da Música, venceu, e dependurou o sátiro em uma árvore e o esfolou vivo, para punir sua arrogância. O sangue de Mársias e as lágrimas das Musas formaram o rio Mársias na Ásia Menor.





O mito reflete bem a tensão experimentada pelos gregos entre a lira e o aulos, símbolos das oposições ordem/liberdade, profissionalismo/amadorismo, moderação/excesso. Isso levou no século XIX a uma interpretação equivocada dos espíritos Apolíneo e Dionisíaco, vistos então como irreconciliáveis. Contudo, no templo de Apolo em Delfos existia um santuário para Dionísio, e o próprio Dionísio era às vezes representado tocando uma lira ou kithara, instrumentos tipicamente associados a Apolo.


Para ouvir alguns exemplos do som do aulos, clique aqui e depois clique nas imagens de notas musicais..

Nenhum comentário:

Postar um comentário