quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Ou roça ou senta!

A frase do título foi dita por uma lésbica hoje no programa Casos de Família, do SBT. O tema era "eu jogo nos dois times" e era sobre bissexuais e suas dificuldades de aceitação. O primeiro caso era de um cara que dá toda pinta de gay, mas é bi. Ele levou um primo hetero-mongol e uma amiga maria-porpurina (segundo ela, mulher que curte ficar com gays). O segundo era de uma mulher que parece hetero e levou uma amiga lésbica que não a aceita e um amigo gay que aceita. O terceiro era um bissexual que levou um amigo homossexual que também não o aceita. O último foi um homossexual que se diz ex-bi e foi lá pra falar umas duas frases antes que o programa acabasse. Ô coisinha mal planejada...

Sei o que vocês estão pensando: "esses pograma de barraco são tudo armação". Provavelmente. Mas não é porque é uma obra de ficcção que não retrata uma faceta da realidade. Fui a uma festa dia desses e não consegui ficar com uma garota lá porque ela já estava ficando com uma garota lésbica. Tá certo que a terra pertence a quem primeiro a ocupa (uti possidetis), mas as coisas com certeza teriam sido diferentes se a lésbica que estava com o "meu alvo" não fosse falofóbica. O problema não seria ela ficar com outra pessoa, mas sua boca tocar a boca de um homem.

Segundo essa garota que eu tentei, toda lésbica que ela conhece tem essa aversão a pênises, homens e assuntos relacionados. As lésbicas (ao menos se diziam lésbicas e não vamos entrar na discussão do termo) com quem eu já fiquei não pareciam ter esse problema não. Mas o caso é que nem os homens, que são treinados pra ter esse tipo de aversão, costumam ser tão radicais quanto lésbicas quando descambam a ter nojo de homem. Acho que é pra compensar a falta de um pênis.

[Por outro lado, em algumas culturas da antigüidade, o falo era cultuado como símbolo de fertilidade e virilidade. Há quem diga que o tirso carregado pelas bacantes era um desses símbolos. Atualmente acontece no Japão um festival do pênis chamado Tagata Honen Matsuri, na cidade de Komaki, no meio do mês de março (coincidentemente ou não, acontecia uma festa dionisíaca na mesma época do ano na Grécia antiga).]


Me incomodam bastante alguns personagens que encontramos por aí. Gays que são mais afeminados que qualquer mulher da face da Terra. E lésbicas que possuem mais testosterona do que o Capitão Nascimento. Pessoas saídas direto de um quadro do Zorra Total. Só pode ser porque elas tentam compensar o excesso ou a falta de pênis extrapolando no estereótipo de comportamento do gênero almejado.

Ainda existem aquelas duplas de homossexuais que um dos 2 assume o papel de fêmea e o outro de macho da relação. Normal que reproduzam o modelo padrão da sociedade com o patriarca e a dona de casa (embora eu não apoie isso), mas às vezes isso toma proporções medievais, com a lésbica-macho sendo ultra machista e achando que a outra deve fazer tudo pra ela enquanto ela toma cerveja e vê futebol, ou com o gay-fêmea sendo submisso ao seu macho.

Mas voltemos ao assunto principal: preconceito dentro da classe GLS(BTXYZetc.)... Homossexuais deveriam ser capazes de compreender a orientação sexual alheia e não ficar julgando. Quem melhor do que eles pra saber como é ser visto como um doente, um louco, um pecador? Acho que aí acontece de novo o problema da reprodução do modelo da sociedade. As pessoas crescem ouvindo que homem tem que gostar de mulher e mulher de homem. Se viram homossexuais, precisam dar uma customizada nisso: a pessoa tem que gostar de mulher OU de homem. Gostar dos dois pra alguns homossexuais é tão errado quanto gostar do mesmo sexo é para alguns heterossexuais. "As pessoas precisam se decidir..."

O cientista italiano Umberto Veronesi tem a teoria de que o futuro da humanidade é bissexual. "O homem está perdendo suas características e tende a se transformar numa figura sexualmente ambígua, enquanto a mulher está se tornando mais masculina. Desta forma a sociedade evolui para um modelo único. Desde o pós-guerra a vitalidade dos espermatozóides diminuiu 50%..." Apoio completamente as palavras do Raguinm em um dos textos que ele escreveu aqui (não lembro qual): os bissexuais é que são malandros, têm o dobro das possibilidades de sentirem prazer.

Se Dionísio apoia a liberdade sexual, os bissexuais só tão perdendo pros pansexuais, mas isso é outra história...

- Mamãe! Mamãe! Já sei o que quero ser quando crescer!
- O que, meu filho?
- Bissexual! ^^

Um comentário:

  1. Pansexuais é tenso... e concordo totalmente com a frase do final. É perfeita e cai como uma luva.

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