quarta-feira, 28 de abril de 2010

sinuca de corno

eis um crônica escrita pelo meu pai:

"Pedro era pedreiro e morava na Pedreira Prado Lopes. Maria, sua mulher, era merendeira de uma escola ali perto.

João, seu melhor amigo, jogava capoeira. Pedro trabalhava muito e bebia muito também, por isso tinha pouco tempo para Maria e os filhos. Nos bares jogava sinuca até tarde com os amigos.

João era um negro vaidoso e andava de olho na merenda de Maria. Na tarde de sábado, João tomou banho, jogou um cheiro e um charme e bateu na caxanga de Maria. Ah! Não esqueceu a cervejinha.

Pedro, no botequim, com o taco na mão. Maria fritou a lingüiça. As crianças na cama. A bola três na caçapa.

- Perfume novo, João?
- É francês.

A bola quatro caiu, a bola cinco estava verde, mas caiu também; na bola seis Maria acendeu um cigarro.

Pedro passou o giz no taco.

Bola sete na boca. Caçapa do meio.

João pelado, Maria de calcinha.

O taco de Pedro espirrou na hora H."

4 comentários:

  1. Li duas vezes para compreender direito e gostei. Lembrou-me de uma história que estou para acabar, e nunca acabo.

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  2. Ñ tem mt a ver, mas me lembra aquela frase profunda que eu t falei qnd jogamos sinuca. "Às vezes, você não pode matar a bola que você quer; em vez disso, tem simplesmente que ir na que está mais fácil." Assim é a vida...

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  3. Esse texto não é uma crônica, ou ao menos não tem a menor cara. Está mais para um conto.

    Eu gostei do texto. Gostei mais das analogias com a sinuca e tal. Super criativo e engraçado.
    Ah, esse conto também me fez lembrar de um conto que escrevi há um tempo, mas certamente não tem a mesma sofisticação no uso das palavras. hahahaha

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  4. Gostei mais das analogias com a sinuca e tal. Super criativo e engraçado.
    Ah, esse conto também me fez lembrar de um conto que escrevi há um tempo, mas certamente não tem a mesma sofisticação no uso das palavras [2]

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