terça-feira, 13 de abril de 2010

Os Canhões da Maçonaria

Quem mandou a dica foi o Pipoca, figurinha carimbada no nosso chat (Adicione no MSN: group109667@groupsim.com). A fonte é o site da Loja Maçônica Obreiros de Irajá.

É este o nome dado pelos maçons aos copos especiais usados nos seus banquetes festivos (Ágapes), e nas Ceias Místicas Capitulares.

Revelaram as pesquisas do Irmão Douglas Ash, apresentadas no seu livro “English Drinking Glasses ande Decanters – 1680-1830” publicado em Londres, que os “Canhões Maçónicos” começaram a surgir depois de 1730, recebendo o apelido de firing glasses (Copos para dar tiros).

Desde logo se destacaram dos copos comuns de vinho, mais pelo seu formato sui-generis, do que pelo seu posterior acabamento primoroso, que com o tempo foi produzindo verdadeiras obras de arte de lapidação.

A principio raramente eram maiores do que 4 polegadas (100mm) de altura, tendo um pé maciço, sendo o corpo afunilado e com as paredes grossas, e tendo o pé mais tarde o formato de uma cebola.

Para o uso era preciso um copo reforçado, cujo pé resistisse às repetidas, e muitas vezes bem "animadas" batidas, dadas nas diversas “saúdes”. O conteúdo era mais ou menos o de um copo de vinho comum.

O nome “canhão”, em alemão “kanone”, foi derivado das “batidas surdas” parecendo tiros.

O vinho branco ou tinto, ou ainda os licores tomados destes copos recebeu o nome de “pólvora forte”, e o “ato de beber” passou a ser chamado de “fazer fogo".

Para evitar excessos de “animação”, em muitas lojas tornou-se habitual que, quem partisse o seu copo ao dar as batidas de “saúde”, seria obrigado a pagar todas as despesas da refeição.

Cada Irmão tinha o seu copo pessoal. As atas de uma Loja de Yorkshire (Inglaterra) até consignam a punição: “O Irmão que quebrar o seu canhão é obrigado a pagar 1 shilling de multa”.

Como muitos maçons achavam os canhões antigos de pouco conteúdo, a partir de meados do século passado, em muitos casos o seu tamanho foi aumentando, e quando a loja não permitia o uso de “canhões” maiores, então muitas vezes o vinho era tomado em copos normais, e usavam-se os canhões apenas para dar as “salvas”…

Estes “canhões” são relacionados quase exclusivamente com a Maçonaria, e por isso mesmo no comércio, eram negociados com maçons.

Entretanto, outras Associações e Clubes de Canto também os usavam com freqüência, como os Anacreonites de Londres, cujos encontros eram na Taberna Coroa e Âncora, sendo que estes tinham até um hino próprio do seu clube (To Anacreon In Heaven), cuja melodia, com novas e mais adequadas palavras, já no século XIX resultou no canto americano “The Sprangled Baner” (A bandeira salpicada de Estrelas).

De 1820 para cá, e ainda nos nossos dias, estes canhões passaram a ser feitos dos mais finos cristais, e até do mais legítimo “baccarat”, e lapidados com todo o tipo de símbolos maçônicos, em lapidação plana, facetada e opaca. Ainda hoje, em muitas lojas da Europa estes canhões continuam a ser usados em lojas tradicionais.

Recentemente, nos EUA, no Estado de Massachusetts, as “Lojas de Mesa” têm tido muita popularidade, com os seus rituais de banquete, com Sete Saúdes, o que veio aumentar o interesse pela história destes copos tradicionais.

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