sexta-feira, 16 de abril de 2010

the doors



um dia
com muita força bati
a porta
depois
nunca mais a ouvi
bater
"é surdez"
todos dizem
já eu digo
vai ver
nunca mais abri
a porta




por que devemos sempre abrir as portas?

veja uma possibilidade em como o Acaso afeta as nossas vidas.

ou então lembre-se o porquê de a banda norte-americana The Doors ter escolhido tal nome:

"Quando as portas da percepção forem abertas, o homem verá as coisas como elas realmente são: infinitas" (William Blake)

4 comentários:

  1. Não acho que devemos abrir a porta, mas podemos. Viver numa "mise en abyme" não é uma tarefa para qualquer um. Ter infinitas possibilidades sem dúvida é mais assustador do que aquele caminho que pode ser percorrido com uma trajetória linear. E se pensar bem, estamos presos em muitas portas que nos limitam e nos impõem até onde podemos pensar e de que forma devemos agir. Acho que para visualizar tudo, ver todas as perspectivas e vislumbrar todas as possibilidades, só sendo um espectador imparcial com um olhar de fora. O caso é que não sei bem se isso seria viver ou ver a vida.

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  2. Abrir a porta ñ significa entrar por ela. E acho mt mais assustadora a sensação d q só posso percorrer um caminho arquitetado ou pré-determinado, sem escolhas. Mesmo que eu não veja todas as portas, gosto de procurar e de abrir todas as que eu puder.

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  3. Eu tenho um caminho marcado, pré-determinado que, possivelmente, se assemelha a de muitas pessoas. Tenho me formar em algo, tenho de trabalhar, tenho de ter um convívio social... trajetórias que não há como fugir. Até há, mas não seria uma atitude esperada dentro desse meio.
    Aliás, quando falei na ideia do espectador de fora que só assiste, estava me referindo a exatamente isso. Não somos nenhum flâneur, então bem ou mal, fechamos portas e não abrimos todas (mesmo as que poderíamos ter aberto), porque é uma "escolha" dentro da sociedade em que estamos incluídos.

    E abrir portas significa ter uma visão além, tão além que pode ser que não se enxergue nada. Measmo que a pessoa não percorra tal caminho, ela vai poder se fascinar por algo ou vislumbrar uma coisa que, talvez, nunca lhe traga felicidade. Ter uma posição confortável e que leve ao menos a uma felicidade enganadora é, sem dúvidas, menos temerosa que aquela que te desafia ou te derruba, e te faz enxergar sempre um infinito, algo sem limite. Por isso eu acho que viver nas cavernas é mais confortável... vai quem um dia a pessoa sai delas e acaba se cegando.

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  4. Antes de ler o post lembrei imediatamente do unicórnio charlie. Vide charlie the unicorn no youtube. Imperdível! (os três episódios)

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