sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Eu tive um sonho!

E nesse sonho tinha várias mulheres peladas! De todas as cores, de várias idades, de muitos amores. Do tipo atrevida, do tipo acanhada, do tipo vivida, casada carente, solteira feliz, donzela e até meretriz... Mulheres cabeça, e desequilibradas, mulheres confusas, mas nenhuma de guerra, só de paz.

Eu via suas fotografias nas minhas mãos ou estampando jornais e revistas. Seus videos estavam nos noticiários e na internet. Os blogs replicavam tudo relacionado a essas loucas mulheres que se exibiam a todo momento. Seus seios estavam no parapeito do prédio em frente ao meu. Elas dominaram a mídia por um bom (ótimo) tempo. Umas eram mais discretas, sensuais, eróticas. Outras eram mais explícitas, pornográficas, safadas. Mas todas estavam ali se expondo, de corpo nú. E nenhuma era de guerra, só de paz.


A certa altura do sonho, eu entendi (não me perguntem como) a razão de toda aquela exibição generalizada, de toda essa linda epidemia de exibicionismo, e devo dizer que não consigo pensar em razão mais poética para fazê-lo. Tratava-se de um protesto coletivo contra a onda de violência que se instaurou em terras cariocas. Aquelas mulheres do Rio de Janeiro, do Brasil e talvez até de toda a Terra estavam ali expondo seus corpos sem nenhuma cobertura como uma declaração da fragilidade do ser humano.

Elas gritavam "OLHA PRA MIM! EU NÃO PASSO DE UM CORPO FRÁGIL E DELICADO! VOCÊ TAMBÉM! VALORIZE ESSE CORPO! CHEGA DE VIOLÊNCIA!".

Eu ouvi esse grito. Ele ecoou tão forte na minha mente (ou alma) que acordei decidido. Deixei um recado no MSN e saí de casa vestindo apenas um short e portando minha câmera. Na esquina, fiquei pelado e comecei o documentário. Não deu 10 minutos e fui preso. Não deu 20, jogaram uma bomba no carro que me levava.




Você também não passa de um corpo frágil e delicado.

Valorize esse corpo.

Chega de violência.

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