sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Dionisio

O poema a seguir foi enviado por Bruno (Sophyzta Macabro) por e-mail.

Dionisio

Fui Dionisío,
de sentimentos mastigados
e cuspidos.
De pedaços enrolados
em boatos e pelo mundo
espalhados.
De amores impudicos
amarrados aos cadarços.

Fui Dionisio,
educado em prostíbulos
por ninfas e sátiros.
Personificação da líbido
e alguns desejos
embriagados.
De ritos em motéis
cultuados.

Fui Dionisio,
Amante dos prazeres,
apreciador de um bom vinho.
Das vestes feitas da pele
d'um inimigo.
Pai de Príapo,
de dotes descomunais
que invejavam os felinos.

Fui Dionisio,
deitado em lençóis
de cetim noturno.
E a insanidade
dentro dos cachos
de uva soturno.
Amaldiçoado, andarilho
de armadura com furo.
De pactos com beijos
selados.
E de orgasmos redigidos
em contratos.

Fui Dionisio,
nas noites boêmias
em guardanapos de boteco
escrevendo poemas.
Filosofias hedonistas,
nos meus teatros
que imitam a vida.
Ou após a bebida,
nas conversas que viravam
monólogos aos quais ninguém
entendia.

Fui Dionisio,
de intertextualidade subliminar.
Cheio de erros,
para arte me tornar perfeito
em seu limiar.
Contrastado com nuances
fertilizantes.
Num quadro de risos elegante,
à falar:

É... eu fui Dionisio!

Envie seus poemas também para sociedadedionisiaca@gmail.com e nós publicamos aqui.

2 comentários:

  1. Lindo poema.... deve ser apreciado devagar... :) como se fosse um belo vinho :)!!! Parabens!!

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  2. Obrigado pessoal do Blog, por disponibilizar meu poema. É uma satisfação indescritível. E muito obrigado, Mica, por ter apreciado toda minha volupia linguistica.

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