domingo, 23 de janeiro de 2011

Contos Eróticos : O filme


Há alguns anos atrás resolvi me fazer um desafio: Assistir filmes todos os dias durante 1 mês na videoteca do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) .

O esquema da videoteca é o seguinte: Você marca um horário e escolhe um dos filmes no catalogo de lá . Compra o ingresso (que se não me engano é 6 reais) e assiste numa sala privada para até 3 pessoas. A validade do ingresso é de 1 mês , pode ir quantas vezes quiser.

E um dos filmes que vi nesta maratona foi o filme Contos Eróticos.

O filme mostra 4 histórias não relacionadas , como se fossem curtas independentes, dirigidas por 4 diretores diferentes (Roberto Santos, Roberto Palmari, Eduardo Escorel e Joaquim Pedro de Andrade).

Os "Contos Eróticos" que o filme se refere são de um concurso que a revista Status (hoje Playboy) promovia. Talvez seja algo que falte a Playboy atual.

Esse filme é uma raridade, dificilmente você irá achar por ai. Não tem nem registro no You Tube.

Caso você seja do RJ, aconselho ir ao CCBB e pedir para assistir esse filme na videoteca (por isso expliquei o esquema de lá no inicio).


O primeiro conto se chama “Arroz com Feijão” conta a história de um cara pobre e jovem que mora em uma pensão onde a dona é uma bela senhora com seus 4o e poucos anos. E pela provocação de olhares de ambos acaba a cena numa avassaladora cena de sexo .

A história é explicitamente inspirada na música A dona do Primeiro Andar do grupo do Mussum(Trapalhões), Originais do Samba, que diz no refrão:

Estou apaixonado, apaixonado estou
Estou apaixonado, apaixonado estou
Pela dona do primeiro andar
Pela dona do primeiro andar


Sacaram a malícia do Pela dona/Peladona?


O segundo conto se chama "As Três Virgens”, uma garota transa com o namorado e a mãe religiosa manda a garota morar com 3 tias religiosas que nunca se entregaram aos prazeres do sexo.

Essa cena eu não lembro bem, mas se não me engano a garota convence as tias de que existe amor no sexo e elas acabam ajudando a garota a se encontrar com o namorado e transar na sua casa. As tias aparentemente acabam sentindo remorso do tempo perdido e acabam se tocando de que perderam os prazeres da vida e não querem o mesmo para a sobrinha.

A terceiro conto se chama "O Arremate”, que conta a história de um fazendeiro que cobra a dívida de um empregado (bem ao estilo senhor feudal) e quando o mesmo vai tentar um empréstimo na cidade , o Sinhozinho Malta, ops, Lima Duarte, acaba fazendo a filha pagar a dívida daquele jeito que vocês sabem.

É a pior parte do filme, isso porque eu não consigo me excitar com coação, estupro e humilhação.

A quarto e último conto do filme é o mais esperado(com razão) . É considerado até hoje uma das melhores e mais polêmicas cenas do cinema nacional de todos os tempos. Tenho que frisar que o filme se passa durante a ditadura militar e sua audácia ainda não foi repetida nem nos tempos modernos onde a liberdade de criar acabou, ao que parece, sendo prejudicial a inspirarão para criar roteiros desafiadores , questionadores e polêmicos.


O nome do conto se chama "Vereda Tropical" e conta a história de um professor que mora em Paquetá e tem relações sexuais com frutas.

Mas a história vai muito além de um pensamento grosseiro sobre o assunto. Ele simplismente tem uma relação afetiva com as frutas, principalmente com as melancias.

Vou tentar descrever por partes a cena antológica da transa com a melancia: ele toma banho com ela, conversa, acaricia, cria diálogos , convence a transar com ele , delicadamente cria um buraco para a penetração , a melancia reluta em transar(?), ela a "estupra", volta a ficar carinhoso, depois violento, goza, corta melancia e come, com a boca agora.

Parece repugnante, mas só vendo para sentir com atuação impecável e sentimento de prazer ao extremo a humanização do personagem interpretado pelo ator Flávio Cavalcante.

Essa atração sexual dele é denominada Dendrofilia. Irei escrever mais detalhadamente sobre ela na segunda parte da série de posts "Parafilia :Muito Além da Perversão"

Bem, este ai um filme que se você não conhece, deveria.

E se conhece, deveria colocar sua visão nos comentários.

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