sexta-feira, 24 de abril de 2009

Will

Pondo na roda, com ou sem duplo sentido.

Tô escrevendo há um bom tempo aqui e já contei a história da SD, do blog e falei de várias outras coisas, mas ainda não falei de mim. Peço perdão pela falta de atenção e reservo o post de hoje apenas para esta apresentação.

Meu nome é Rodrigo, mas algumas pessoas me acham parecido com o Will Smith e começaram a me chamar de Will. Eram pessoas que não se conheciam. Do basquete, da escola, do kung-fu... Acabaram me convencendo. Com o tempo, eu incorporei traços da personalidade fanfarrona dele ao meu modo de vida.

Minha mãe é "secretária do lar" e reside na casa onde trabalha desde antes de eu nascer. Fui criado como um quase membro da família, e o que mais me manteve afastado dessa sensação foi minha própria mamãe, que sempre me colocou no devido lugar. Minha progenitora é um exemplo de humildade e com a melhor das intenções me ensinou a baixar a cabeça em muitas situações.

Estudei por 7 anos de minha vida no Colégio Militar, um lugar onde "até um olhar pode ser interpretado como namoro e devidamente punido". Não esqueço quando, no terceiro ano, uma colega conseguiu uma palestra com o Gabeira, e os militares nos prenderam no colégio até a hora da palestra para que não comparecessemos ao evento do inimigo da ditadura. Ou quando nos fizeram "escolher" para homenageado da formatura um vice-presidente da ditadura militar do qual ninguém ouvira falar. Isso depois de pensarmos em nomes como Prestes, Zumbi e até Pâmela Anderson.

Há quem diga que sou negro e, pra quem acredita, isso pode significar que a herança da escravidão foi mais uma forma de repressão que eu tive em minha vida, e que o desejo de liberdade está no meu sangue.

Comecei a beber só aos 17 anos, mas acho que logo recuperei o tempo perdido. Logo entrei pra faculdade e a esbórnia me fascinou. Comecei a tirar onda de barman ao mesmo tempo que um professor dava aulas mencionando a tragédia grega como encontro da filosofia dionisíaca, que levava as pessoas em busca da felicidade, e a apolínea, que fazia as pessoas sofrerem por causa disso.

Fiquei fascinado e consultei o oráculo do google. Descobri que Dionísio não era só deus do vinho e das orgias como normalmente se diz, mas das artes, do êxtase, do entusiasmo e de todas as formas de liberdade. Passei a cultuá-la, sob a forma do deus grego, e a lutar por ela dentro de meus modestos limites. Coincidência ou não, muita coisa mudou pra melhor em minha vida. Não ouso dizer que creio na existência desse deus, mas, se ele existir, está orgulhoso por eu seguir e difundir seus ensinamentos.
Evoé!

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