segunda-feira, 12 de outubro de 2009

A Infância de Baco

Por pura preguiça, esta postagem é completamente chupinhada do Mundo dos Filósofos. Singela e tardia homenagem ao dia dos pirralhos das crianças.

Nonnos, a quem é preciso sempre recorrer, quando se trata de Baco, assim narra a maneira qual se passaram os anos da sua infância: "A deusa criou-o, e, bem mocinho ainda, o fez montar no carro puxado por ferozes leões... Aos nove anos, já possuído da paixão da caça, ultrapassa na corrida as lebres; com a sua mãozinha, dominava o vigor dos veados malhados; trazia sobre o ombro o tigre intrépido de pele malhada, livre de qualquer laço, e mostrava a Réa nas mãos os filhotes que acabara de arrancar ao leite abundante da mãe; depois, arrastava terríveis leões vivos; e, fechando-lhes entre os punhos os pés reunidos, dava-os de presente à mãe dos deuses, a fim de que ela os mandasse atrelar ao seu carro. Réa observava sorrindo e admirava tal coragem e tais feitos do jovem deus, ao passo que à vista do filho vencedor de formidáveis leões, os olhos paternais de Júpiter irradiavam maior alegria ainda." (Nonnos)

domingo, 11 de outubro de 2009

sábado, 10 de outubro de 2009

Por dentro dos filmes

Pra quem não sabe, tá rolando a repescagem de alguns filmes do festival. Fui convidado de última hora por uma amiga pra chegar lá e entrar em qualquer filme. Eu estava com a consciência pesada por tê-la convidado pra um filme que era a manifestação do tédio na última vez que saímos, então topei. Chegamos cinco minutos após a última sessão começar, então não teve muito mistério sobre qual assistir: Águas Turvas.

O filme foi incrívelmente bom, do tipo que te envolve com o drama dos personagens e faz você não querer sair daquela realidade. Há muito não tinha uma experiência desse tipo, talvez tenha sido a primeira. Mas o filme não era nada dionisíaco e não há porque eu ficar falando dele. É apenas uma ilustração para uma reflexão mais profunda.
Foi a segunda vez que fui ao cinema com ela e ela faz questão (neste filme de sexta, mais ainda) de ficar o quanto pode no cinema. Achei que era em respeito às pessoas que colaboraram com o filme e apareciam nos créditos, mas ela me explicou que era uma recusa a retornar à realidade. Achei bem interessante a entrega dela à realidade alternativa apresentada pelas obras cinematográficas. Perguntou se eu nunca me senti da mesma forma (sem querer voltar ao mundo real) e eu ponderei que acontecia, mas também há ocasiões em que desejo desesperadamente abandonar a ficção e nunca mais olhar para trás ou ainda filmes que se mostram incapazes de nos levar ao universo criado por eles.
Discutimos na última Reunião de Cópula o quanto a mente dos loucos é realmente livre. Presa em uma realidade que não corresponde à realidade da maioria das pessoas. Eu defendia que os "sãos" são presos a uma realidade que simplesmente corresponde à realidade aceita pela maioria (e ainda assim existem pequenas diferenças entre as visões dessa realidade). Mergulhar de cabeça em uma realidade cinematográfica, literária, musical ou qualquer outra talvez seja a forma mais saudável e permitida pela constituição de libertar nossa mente e nossa alma. Em certo sentido, todos ficamos loucos em algum momento, mas quem disse que isso é ruim?

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Dionísio no Festival

O festival do Rio está quase no fim. Para mim, ontem, quarta, foi o último dia. Não me programei para assistir a nenhum filme depois disso. Achei o festival mais fraco que nos anos anteriores e, dos 15 filmes que assisti, pouca coisa me marcou. Menos ainda mereceria ser comentado aqui, já que o blog tem um tema específico. Estava perdendo minhas esperanças, mas o último dia fez tudo valer à pena.

O primeiro filme foi When you're a strange. Para os familiarizados, fica óbvio pelo título que o filme era sobre o The Doors, principalmente o vocalista, Jim Morrison. Eu ia assistir no dia anterior, mas não consegui comprar e fiquei com medo que o mesmo acontecesse desta vez. Felizmente, consegui. O documentário foi duplamente especial para mim, pois além de apreciar a banda, estou começando a conhecê-la agora e deu pra aprender bastante. Aprendi que Morrison escreveu inúmeras poesias (e não só as que ele cantava), bebia e se drogava com ácido e cocaína, se casou em uma cerimônia pagã, se preocupava com o discurso de suas músicas e muito mais. Aprendi um pouco sobre as influências do flamenco, do blues e da música clássica nas músicas da banda (embora eu nunca vá conseguir percebê-las) e sobre como alguns dos membros buscavam o êxtase em cogumelos e na meditação. Bastaria eu ter dito que a wikipedia americana diz que Morrison é a reencarnação de Dionísio, mas tudo o que eu aprendi sobre a banda ao som de suas músicas e com a narração de Johnny Depp (outro cara indiscutivelmente dionisíaco) fizeram do filme uma experiência pra lá de batuta.

O segundo filme, Erótica Aventura está entre os filmes mais excitantes que eu já vi na vida. Nem achei que fosse ser assim. Estava dando crédito pra filmes que abordassem o sexo de alguma forma, não necessariamente dando tesão em quem assistisse. Era sobre uma mulher insatisfeita sexualmente que resolve se libertar de sua vida e experimentar várias coisas novas. Foram poucas e curtas as cenas de sexo, mas tão intensas e com mulheres tão lindas que por várias vezes pensei em me masturbar ali mesmo no cinema. Achei que a velhinha ao meu lado poderia não gostar e continuei assistindo. Além da excitação que o filme provoca, ele é bem profundo em outros aspectos. Sandrine, a personagem principal possue um amigo que adora ficar filosofando sobre diversos assuntos. E não só ele, mas todos os personagens desta obra francesa expõe seus pontos de vista de forma bastante contundente. Não são diálogos rápidos e dinâmicos, mas que te fazem mergulhar na mente de quem está falando e não querer mais sair.

Destaco neste filme o momento em que Mina explica porquê a submissão pra ela é uma forma de encontrar a liberdade. Bizarro, ne? Eu explicaria, mas recomendo que assistam e descubram. Divertidamente, essa idéia vai de encontro ao que eu mais gostei no filme anterior, que foi o narrador dizendo que, "para Morrison, obediência é suicídio". Entendendo a lógica de cada um, compreende-se a verdade em cada afirmação.

Quando criarmos a pinacoteca de filmes dionisíacos, eles estarão lá pela forma como inspiram a liberdade. Aos dois filmes eu dou o Selo Dionisíaco.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

A Igreja e o Sexo

Tava vendo Jô agora há pouco e um dos convidados foi Dom Odilo Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo. O senhor não foi lá muito bem na entrevista, sendo pouco simpático e respondendo de forma pouco direta. Jô foi obrigado a forçar algumas piadas mais que o normal. Duas até me fizeram rir.

"Dois padres conversavam quando um perguntou:
- Você acha que a liberação do casamento para os padres chega ainda no nosso tempo?
- No nosso acho que não, mas talvez no dos nossos filhos."

"Já ouvi absurdos sobre essa história de padre casar. Alguns sugerem que padres casem com freiras. Imagina só... Se padre começar a casar com freira só vai nascer coroinha!"

OK... Acho que ri porque estava com sono. Mas não é essa a parte interessante da entrevista. Jô fez três perguntas muito legais sobre a possibilidade de posição da Igreja em relação a determinados assuntos e eu gostaria de colocar a minha opinião como sacerdote seguidor de Dionísio sobre os assuntos.

1- Sexo antes do casamento.
O arcebispo desviou essa pergunta para a questão do sexo precoce. Pelo que eu entendi da resposta dele, a posição dele é a de que gente nova não deve transar e a da Igreja continua sendo de que não deve haver sexo fora do casamento, mesmo que eu só case aos 83 anos. Acho que vi em algum programa um índio falando que as indiazinhas casavam assim que menstruavam. Tecnicamente, é quando o corpo pode engravidar e, se a ICAR defende o sexo para reprodução, qual seria o mal de praticá-lo precocemente? É claro que nós da SD somos a favor do sexo pela libertação e pela diversão, então a MINHA opinião é a de que ele deve ser praticado quando der na telha. Não depende de relacionamento ou idade, mas de vontade e liberdade sobre o próprio corpo.

2- Sexo para reprodução apenas.
Dom Odilo corrigiu dizendo que a Igreja há algum tempo vem aceitando o sexo não apenas para reprodução, mas como manifestação do amor. Chamo a atenção para o APENAS. A idéia é se amar o quanto quiser, mas nunca excluir a possibilidade da reprodução. Se Dionísio apoiasse o sexo para reprodução apenas, alguns de seus cultos que terminavam em orgias não seriam exclusivos para mulheres. Nem preciso dizer a posição da SD quanto a isso, ne?

3- Uso da camisinha em um mundo com tantas DSTs...
O arcebispo disse que a posição da Igreja não é tão radical quanto ao uso da camisinha, mas que ele se preocupa que isso crie uma banalização do sexo. Acho sinceramente que isso é balela para ele não se queimar no programa recusando diretamente o método mais seguro de prevenção contra essas doenças. Tolice dele, pois um casal que faça sexo só depois do casamento e para fins reprodutivos não vai ter muitos problemas com doenças sexualmente transmissíveis. Já disse aqui que sou a favor da não-camisinha e essas recomendações católicas parecem o melhor método pra fazer isso sem risco. No entanto, também não simpatizo com tais recomendações... Diria que recomendo aos prudentes a camisinha e aos ousados desejo sorte...

Encerro a postagem com o diálogo que fez o mesmo com a entrevista:
Jô: -Padre pode doar sangue?
Dom Odilo: -Pode, claro. Por que não?
Jô: -Padre pode doar sêmem?
Dom Odilo: Ô.Ô

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Foxx Rock

Eu deveria ter postado isso no começo do mês passado, mas algumas coisas me impediram (a preguiça foi a principal delas). Surgiu entretanto uma ótima oportunidade pra escrever: a segunda edição da Foxx Rock acontecerá no domingo, dia 11.

Era uma data de enorme responsabilidade, afinal a estréia da Foxx Rock foi marcada para dia 6 de setembro, dia do sexo. Eu estava especialmente empolgado, pois a melhor festa que fui na vida fora ali na 2A2. Não era uma festa de swing (assim como a festa que nasceu mês passado), mas nada foi barrado e consegui curtir bons momentos com minha então namorada. Por mais divertida que seja essa história, ficará pra outro dia.

Mesmo animado, não achei que fosse rolar nada demais comigo, pois estava sem meu sexo garantido desta vez. Fiquei guardando lugar na fila enquanto meus amigos foram comprar caipirinhas pra aquecermos. Pouco depois, surgiu uma velha conhecida com um grupo de amigos e pediu para furar fila comigo [é desonesto, eu sei, mas eu tava entediado esperando meus amigos]. No grupo estava a pequena Bruna. Ela era de outro estado, possuía aparência de criança sapeca e usava um prático vestidinho curto preto. Fui conversando com todos enquanto partilhavamos as garrafas de cerveja e as caipirinhas que meus amigos finalmente entregaram, mas me concentrei na turista. Ela confessou ter namorado e eu me animei ainda mais [desonesto novamente, mas...]

Fomos os primeiros do grupo a entrar e fui logo mostrar o ambiente para ela. Seus amigos nos acharam e fomos todos para o bar e para a pista de dança. O flerte continuou e, assim que terminei minha segunda caipirinha, ela quis subir de novo. Subimos só nós dois e a agarrei na sala escura da cadeira erótica. Ficamos só nos beijos nesse primeiro momento, mas ela prometeu que subiríamos de novo quando ela estivesse mais alta.

Promessa é dívida, e pouco depois estávamos lá novamente. Assim que o dark room foi liberado, entramos. Tranquei a porta e diminui a luz até ficar quase apagada [não queria estragar completamente a diversão de quem tentasse olhar pelas frestas da porta]. Ela resistia aos meus carinhos, mas não fez o mesmo quando coloquei sua mão em meu pau. Ainda assim, estava meio complicado ir além. Quando eu já estava desistindo, ela deitou e tirou a calcinha. Estava tudo ótimo até que ela lembrou do namorado e começou a chorar. Quis encontrar a amiga.

Depois desse banho de água fria, ela ficou muito bêbada e subitamente melhorou. Subimos novamente. Como o dark room estava ocupado, invadimos meu aposento favorito: a cela. "Invadimos", porque outro casal já estava lá (ela no colo dele) e entramos sem pedir permissão. Deixei a Bruna entrar primeiro para broxar menos o cara. Pouco depois, ela retirou a calcinha e veio para o meu colo. Disputamos a atenção da platéia com o outro casal até que um segurança mal informado reclamou conosco. Um colega dele explicou que estava liberado, mas já tinhamos saído.

Voltamos pouco depois, mas o casal amigo desaparecera. A camisinha ainda estava em meu pau e logo Bruna também. Não ficamos muito tempo ali, mas foi o suficiente para instigarmos a curiosidade de muitos. Não esquecerei de uma garota do lado de fora dizendo para uma amiga que não podíamos estar transando, pois a garota que quicava em meu colo estava de calcinha. "A não ser que a calcinha esteja de lado", disse ela. Eu me perguntava como ela, no escuro, via a turista com uma calcinha que estava em meu bolso há tempos...

Tentei ainda trazer a garota para minha casa, mas sua amiga responsável não deixou. Não a culpo, pois voltariam para sua terra natal na tarde seguinte. Para concluir a noite, ainda reencontrei uma amiga por quem sempre tive interesse e combinamos de sair, mas esta é outra aventura...

Infelizmente, tudo isso aconteceu após a meia-noite, então não era mais dia do sexo. Dia 11, irei à festa novamente sem contar com o ovo no fiofó da galinha [ou com a xana no bigulim do Will], mas aprendi a não subestimar a benção de Dionísio. Desejo a todos que forem a mesma diversão que eu tive na primeira edição.

Foxx Rock
Dia 11/10/2009 às 22h
Boate 2A2 (Rua Figueiredo Magalhães, 885/F Copacabana)
Lista Amiga ou Flyer até 01:00h - R$15
Sem lista/Flyer ou após 01:00h - R$22

2ª Reunião de Cópula

Demorei eras pra marcar outro evento, pois procurava um lugar adequado para a realização do mesmo. Da primeira vez houve um imprevisto e tivemos que ficar em um bar aleatório em Laranjeiras. Acho que agora encontrei um lugar melhor pra marcar a Reunião de Cópula [continuo procurando um nome melhor e aceito sugestões].

Domingo retrasado passei na Cinelândia e vi que o Amarelinho estava complemente vazio. Nem famílias com crianças remelentas num almoço dominical nem fanáticos por futebol afoitos por seu "programão de domingo". Apesar de "cópula" ser um trocadilho imbecil com "cúpula", a reunião é aberta a qualquer um que fique sabendo do evento.

Só recapitulando, a idéia é bem simples: deLIBERAR sob influência do deus do vinho como faziam os persas. Também é a única oportunidade oficial de unir o povo da SD e, com sorte, trazer mais novatos para a causa. Quem aí confirma presença?

2ª Reunião de Cópula
Dia 11/10/2009 às 15h
Amarelinho da Cinelândia

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